quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Re - escravatura





Quem diria que voltaria a escravatura
Que comparsa com comparsa lutaria
Que objectivos da nação seriam de um punhado
E que promessas falsas seriam o pão de cada dia…

Africano, negro e irmão meu
Que do mesmo peito nós mamamos
Que das mesmas mãos nós nos aquecemos
Que dos mesmos sonhos nos esperançamos
E da mesma vida nos conduzimos,

Africano, negro e irmão meu
Que dor tenho do chicote da violência
Que sobre mim impões 
E sobre minhas costas fazes dançar
Ressuscitando cicatrizes minhas…

Que dor receber de ti o golpe mortal
Do puro e claro roubo
Que sobre minha miséria colocas
E minha voz, abafas
Com promessas falsas…

Que dor, africano, negro meu
Receber de ti a mesma chicotada
Que outrora dançava nas costas dos meus ancestrais
Que dor sentir de ti
O desprezo que outrora os unia…