sexta-feira, 24 de maio de 2013

Esquizofrénico



Esquizofrénico

Louco, sou maluco embebedado de surto, psicótico,
Pirei!
Sou o vira latas nos contentores da humanidade,
Viando centímetros e milhas,
Sou certo a caminho do incerto!

No meu discurso falatório,
 Implacavelmente promovo baratos tumultos, gemo,
Insulto, bato, destruo, queimo, mato, corro, rio, grito,
Danço irredutível e maquinalmente!

Resultado do acaso, se não de Drogas,
Sou esquivo, ridículo,
Sou medronho, ameaça pública,
Sou diferente de mim mesmo!

Atinado à mais, se não à menos,
Sou subalterno nas passarelas da humanidade,
Sábio, sou analfabeto nas mentes desta gente,
Alimentada de preconceito!

Viajo irredutivelmente na minha loura,
Tentando contornar a minha maluquice,
Encontro um Eu que nunca é Eu,
O  mundo à volta,
Tumultua a minha lucidez ridicularizada,
Sábio de consciência pirada, sou falhado,
Pirei!
Esquizofrénico

Artífice Artilde





 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Simples? Ser Poeta



Simples? Ser Poeta
Ser poeta neste mundo
em que as letras fugiram da escola
em que o saber está em plagiar
em que a vida está no barrulho
nada mais é senão luta sem vitória

mas, por mais que a luta seja vencida pelo barrulho
por mais que o sabor das letras se confunda
por mais que o fazer sem conteúdo
e o perder tempo tentando ganhando-o
sufoque esta beldade
as palavras me levam a dizer:

ser poeta é simples
basta que se escute a voz do coração.
mas como escutar sem ouvidos
como ter ouvidos num mundo de ver
e como ver a beleza artística sem olhos
mas para quê ter olhos se nada tens a contemplar?

ser poeta é simples
é tão simples que poucos conseguem
é tão simples que poucos rumam por este mundo
é tão simples que as cabeças doem de tanto pensar
é tão simples que até os ouvidos do mundo se fecham
e as vozes se calam,

Lázaro Gil (Laregil dos Santos) 

Bela Governação?

Bela Governação?
lutas e choros, greves sem fim
é o fruto e balanço de um Estado bom
de uma governação tão excepcional
e de um país tão honesto.

professores, médicos, combatentes
todos insatisfeitos com tanto discursar
todos desiludidos de tanta mentira sem nexo
todos mentidos e enganados por um governo
que busca a paz e o bem estar de todos

mortes de gente inocente
crianças com uma escolaridade sem qualidade
é o resumo da busca da formação de homem novo
e de uma sociedade de sábios e intelectuais

ah, meu povo se isto é boa governação
que diferença têm, ter ou não ter esse bando de ...
se governar e buscar o bem de todos é sinónimo de
palavras sem fim, afinal onde viveremos?

bela governação? não sei!
o que sei é que quero a minha liberdade
quero meu país de volta, quero minha nação justa
quero sorrir e sonhar sem pensar na futura guerra

Lázaro Gil (Laregil dos Santos)

quarta-feira, 15 de maio de 2013

No meu íris enamorado


No meu íris enamorado
Teu corpo com brilho eterno
É como um diamante,
Enorme retrato com brilho sedutor
Que só começa!

No meu íris enamorado
Teu corpo maça
Cheira à morango,
Com sabor divino
Nunca é vinho
Embriaga ­me
Viajo eternamente!

No meu íris enamorado
À minha paixão cristalina
Nunca é sensível
O teu íris penetrante e sedutor!

A tua alma gémea minha
Até então,
No meu íris enamorado!

Artífice Artilde

terça-feira, 14 de maio de 2013

Involada Pátria



Involada Pátria
Na sombra da minha Casa não há fresco!
Há penumbra no coração do Sitoé,
Mariana de alma rasgada pelas apoquentações mundanas,
Manuelito que chora fibras jogadas na conquista do vazio,
Marta que chora certeza incerta de formação sem empregabilidade,
Castro que lamenta tempo de desfrute de sombra alheia coberto de Sol.
Faz de contas não trazem contas!
                                                              
Na sombra da minha Casa não há fresco!
Há alvorada na alma esclarecida do Mathe, não lamenta…acusa,
Machava espetado numa árvore,
 Reflectindo sobre procura sem encontro de Vida condigna,
Que o mísero salário não sabe dar,
A sirene rasga-lhe a alma já despedaçada, anunciando a vaidade do Excelência,
Que é vencedor de riqueza absorvente.
Faz de contas não trazem contas!

Na sombra da minha Casa não há fresco!
Há hipocrisia no íntimo do Majestade,
Há Democracia egocêntrica e parente do Capitalismo criminoso,
Que a corrupção lhe sustenta, corroendo o Bem comum,
E esfomeando a Boca do Povo,
Que vagia no rótulo das propagandas políticas prateando hipocrisia.
Faz de contas não trazem contas!

Na sombra da minha Casa não há fresco!
Há Povo de Boca rasgada pelo sorriso que a agonia da Pobreza Absoluta sabe roubar,
Slogan dos vencedores de Riqueza  absoluta e absorvente,
 Que o Sangue fervente do Povo agasalha,
Há descoberta de recursos cujo valor é medido no estrangeiro.
Faz de contas não trazem contas! 

Na sombra da minha Casa não há fresco!
Há discursos anunciando erguidas Armas coloridas de Paz
 Cujo gatilho aguarda pelo tiroteio descuidado e fatal,
Há parlamentalucristas e promotores de políticas egocêntricas,
 Nas Bancas designadas Assembleia.
Há Povo descartável na garantia da hegemonia,
Que o consenso fantasma e fantoche sabe autenticar,
 Há irmãos que Colonialismo e ditadura combateram e, se fazem a sua cara.

Na sombra da minha Casa não há fresco!
Faz de contas não trazem contas! 

   Artífice Artilde                                       




sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ensejo


Foi-se a luz
E da penumbra, sobreveio o fusco
Foi-se a noite
E nos teus olhos, ficaram as estrelas

Foi-se a música e nos meus ouvidos
Remanesceu a ária da sua voz

Foram-se os amigos
E nos meus taciturnos lábios ficaram, as sentenças
De tudo o que eu jamais dissera

Foi-se o palco e a plateia também
Mas em mim estacou a memória
De tudo o que convivi, e não mais olvidei.




Santos Beitrande