segunda-feira, 29 de abril de 2013

Minha cidade



Minha cidade

Na cidade
São tão graves os diversos tipos de criminalidade
Que se chegou a extremidade
De extorquir até os sonhos de cada membro da sociedade

E em silêncio perturbado
Vivenciamos sem pudor
À luz do nosso impávido olhar
Armas de peleja em cada quelho do empório

E nem o sol que ascende
Envolto as nossas almas
Mediante cada sorriso espoliado
Para ser revestido em milhares de olhares
Espalhados no horizonte da nossa existência
Esconde o sangue outrora derramado
Pela injusta justiça dos homens, nós mesmos!

E nas noites ferozes atestadas em claro
Sobre este imenso céu, onde as estrelas já não brilham mais…
Tudo deambula em contramão.



Santos Beitrande

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Quem sou eu?



Quem sou eu?


Isolado da figura
A qual tão cedo de mim desertou
Sem destino insigne, aparto a pretensão da razão
Que fora meu guia até exalar o último suspiro

Mas, quem sou eu?
Um homem?
Ou cadáver que viu
O álcool tornar-lhe indigente?

Quiçá individuo cujo cadastro nada oferece
Além de um alojo aferrolhado
E sentença para habitar no fusco eterno

Ou mero recluso
Estorvado a restituição social
E que por isso, subsiste para ter o seu indulto

Brio de uma alma depredada por uma peçonha facínora
Que a tornou aziaga e descriminada
 Por todos os que ao vento levaram
 A mão, unicamente para apontar e vituperar

Ora quem sou eu?
Um drogado que viu sua existência espavorizada
Em meio tanta fumaça vedar o horizonte de sua vida?

Larápio cuja vida em nada mais o amestrou?

Homem que anteviu seu termo
E não renunciou?
Foi mais além do que os olhos podem descrever?

Mas quem sou eu?
Mais um coração que a dor trucidou?
Ou rio cujas lágrimas o tempo não enxugou?

Quem sou eu?
Senão, nada mais, além do que o escrito certifica…





Santos Beitrande

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Senalucro


Senalucro

Gente de Fé curta, vende milagres,
Faz, é propaganda de bênção nas suas rezas,
Crença que descrimina rico, pobre, milionário
Santidão económica do pastor locrata,
E promotor do dízima nas bancas designadas templo,
É corrompida ética.


Artifice Artilde

Suspiro



Suspiro


Tu, untado de responsabilidade,
que a nudez da hipocrisia mental
te retira,
corneias -me a liberdade,
bifando a minha Paz.
Sou Povo
Que andara pelas pontas dos dedos gingais,
andando pelos calcanhares,
lacrimejando riqueza usurpada.

Artifice Artilde

Karingana


Karingana


Os Homens cansados pela idade,
disputaram corridas, .
por vezes, em tempos não marcados,
despejaram suor nas batalhas vitais.

Venceram uma, duas, três e,
algumas tramaram-lhos.
Pisaram chuva, cobriram Sol, rasgaram cacimba.
Plasmados de rugas,
jogaram fibras em batalhas vitais.
Tudo, já é karingana.

O olhar atenuado e caducado ,
esconde e revela as verdades ,
sejam brancas ou negras.

E, os pés que remataram distâncias,
choram do reumatismo ,
autenticando a aposentação forçada.
Só a mente faz rotinas,
desconhecendo tudo,
tudo que o pretérito não experimentou.

Os Homens cansados pela idade,
exaltam dó, clamando compaixão,
embebedados de solidão.


Artifice Artilde

Sida


Choro indeterminadamente,
só de ver, Saúde minha roubada
nos gemidos do sabor gotícula
e instantâneo,
que a lucidez roubada pela poligamia
sabe autenticar a agonia avessas
do orgasmo sexual.
Oh, SIDAḷ

Artifice Artilde

Afrika


Afrika

Minha Afrika,
Violentada Ontem, Hoje. E Amanhã?!
A cada instante reparo sem tréguas, vejo trevas

Sabor umbilical, retire-me a desgraça
Mãe viúva e donzela,
Desvirginada desde a época de Austrolapithecus
Violentada e com infância roubada desde a escravatura

Foste adulta em todas tuas épocas, mamã
Tantas lágrimas derramaste, minha Afrika
Órfão, aquando de tantos filhos teus,
Que heroicamente como filha
Abraçaram, beijaram, regaram-te pelo Sangue
E, suas Almas jogaram
Com tanta dor, mesmo
Quando deitavam indeterminadamente
Gritavam queixumes, sorrindo esperança,
Força Irmão, Tu consegues
Enquanto deploravam rios de liberdade.

E, Almas rasgadas pela opressão gratuita,
Derramavam determinadamente a angústia
De liberdade nostálgica
Enquanto carregavam-te no colo.
E, aquando das independências,
Ergueram-te num soco solene,
Viva minha Afrika
Viva mamã Afrika.

Minha Afrika,
Violentada Ontem, Hoje. E Amanhã?!
A cada instante reparo sem tréguas, vejo trevas

Minha Afrika como uma donzela,
Passeando no jardim de Éden,
Violentada mais uma vez,
Oh, Riqueza bruta, poder
Filho teu,
Com uma faca, golpeia-te os seios
Espeta-te a azagaia
Nhandayeyo, Nhandayeyo

Minha Afrika,
Violentada Ontem, Hoje. E Amanhã ?!
onde vais mimha Afrika?
Nhandayeyo, Nhandayeyo


Artifice Artilde

sexta-feira, 19 de abril de 2013

em cada gota uma inspiração
que diambolando pelo espaço além
minha vida turva encontra sem acção
feita água estagnada no riacho do mar além

cada  pingar é uma saudade
daquele terna e pura inocência
que o tempo levou e o sofrimento deixou
no seio do meu sonho sem felicidade

cada passo é uma incerteza
do amanhã meio nublado
pela dura agonia de tanto querer
ser alguém no meio dos sem nome

em cada soprar do vento
está minha esperança varida
pela violência da dura concorrência
que noite e dia me assola a vida.

cada minuto passado a pensar
é mais uma frustração sem fim
é mais uma luta perdida sem inicio
é mais uma incerteza da busca sem fim

Laregil Dos Santos


Carta



Carta!

Caneta, papel e coração
Mais uma carta escrita pelas minhas mãos

Oh carta!
Leve contigo meu sentimento
Lhe fale das mágoas
Desgosto e tristeza
Mas diz-lhe que a amo também

Confesse-lhe que manipulando os pensamentos
A avidez dos meus lábios procura-lhe
E no delirar dos pensamentos
Em cada olhar clandestino venera-lhe

Será que tem alguém?
E a distância que nos separa!
Faz-lhe mal também?

Na demência da minha avareza
Busco consolo nas notas musicais
Das cartas e versos de amor
Que eu nunca te escrevi

Do teu amado
Jonas.



Santos Beitrande