Quem sou eu?
A
qual tão cedo de mim desertou
Sem
destino insigne, aparto a pretensão da razão
Que
fora meu guia até exalar o último
suspiro
Mas,
quem sou eu?
Um
homem?
Ou
cadáver que viu
O
álcool tornar-lhe indigente?
Quiçá
individuo cujo cadastro nada oferece
Além
de um alojo aferrolhado
E
sentença para habitar no fusco eterno
Ou
mero recluso
Estorvado
a restituição social
E
que por isso, subsiste para ter o seu indulto
Brio
de uma alma depredada por uma peçonha facínora
Que
a tornou aziaga e descriminada
Por todos os que ao vento levaram
A mão, unicamente para apontar e vituperar
Ora
quem sou eu?
Um
drogado que viu sua existência espavorizada
Em
meio tanta fumaça vedar o horizonte de sua vida?
Larápio
cuja vida em nada mais o amestrou?
Homem
que anteviu seu termo
E
não renunciou?
Foi
mais além do que os olhos podem descrever?
Mas
quem sou eu?
Mais
um coração que a dor trucidou?
Ou
rio cujas lágrimas o tempo não enxugou?
Quem
sou eu?
Senão, nada mais, além
do que o escrito certifica…Santos Beitrande
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